quem bebe

Assistir à apresentação teatral de um filho, abraçar o seu cachorro, dizer "eu te amo" para seus amigos, aguar um vaso de plantas, telefonar para sua namorada, lembrar-se sempre de quem nunca te esquece...

Tem coisas que o coração não espera, e corações se enganam sempre, não dá para querer que ele advinhe o quanto você o preza. Aja rápido, por impulso! Seja expontâneo! Seja constante! 

Demonstre sempre ao coração alheio que ele pode continuar batendo, você está ali.
Estou aprendendo a escutar com outros olhos
papai do céu nos fez assim tortinhos pra gente nivelar o mundo como um mata borrão
Você só precisa daquela pequena atenção, de vez em quando, para se sentir existindo novamente e fazer com que seu mundo reerga.
Vai lá, fala para todos que a tua luz é maior que a dor do mundo!

Assim, talvez, alguém escuta e possa encontrar um eletricista competente que descubra onde está o defeito do interruptor!
Deixa fluir... seu amor não está mais presente fisicamente, mas está lá no seu coração, guardadinho...

Deixa estar...

Mas aqui, fala baixinho pois não é a hora de acordá-lo.
Ele te entende, te ama, quer tudo de novo e de volta e ainda melhor! E é isso o que você deve dar! Mas não crie expectativas senão ele acorda antes da hora e atrapalha a surpresa!
À noite, todos os gatos são de papel kraft pardo

“SÉCULUS SECULORUM”

“Era uma noite chuvosa e tempestuosa…”
Iniciava a história nosso querido amigo Snoopy, através de seu diário de bordo, de sua aeronave…

Mas isso é outra história.

O que gostaria de dizer, mesmo, é que “Há mais coisas entre o céu e a Terra do que possa imaginar nossa vã filosofia”…

Há, mas isso também é outra história e o que eu estou querendo dizer é que passam-se anos e anos e a gente continua usando velhas frases, velhos ditados, velhas analogias…
Mas isso também é outra história. Não era nada disso o que eu gostaria de dizer!
Quanto mais penso que sei de muito descubro que outros sabem de menos e vice-versa. A história está aí para ser conhecida e para ser recriada e poucos tiram proveito de tudo isso.

Vim da geração de leitores da Enciclopédia Barsa, almanaques, datilógrafos, vinil. A máquina calculadora digital foi uma revolução! Deixar de usar carpetes nas casas e considerá-los démodé, depois de tantas décadas na onda da moda do design de interiores, também... Não, não existiam termos como design. Hoje, o advento de uma TV de plasma 200 polegadas não é de se admirar mais como foi o surgimento do Compact Disc.

Vitrinistas, escafandristas, marionetes e ventríloquos… Ficam as burcas, as fardas e vão-se as poesias em troca da tecnologia do Ctrl+c / Ctrl+v; homenagem a escritores clássicos, políticos classudos e acadêmicos da música em alegorias de samba no mês de fevereiro só viraram pretextos para disfarçar os dias do todo mundo é de todo mundo, ninguém é de ninguém. Fartos e lindos peitos e bundas em troca do pão nosso de cada dia it’s a cool e em vez de cabeças, muita grana vai rolar!

Eram reis e réis, cruzeiros e barões, URV’s e Cruzados, Cruzados Novos e Cruzeiros velhos, o real tentou fazer jus ao nome. Ficaram as palavras cruzadas, as mesmas desde os primórdios. E por falar em primórdios, os jogos de tabuleiros não deram lugar aos vídeo-games.

Ótimo! A minha mãe está melhorando a coordenação motora dela depois de um grave acidente nas mãos, jogando Counter Striker.

Nada contra nada disso que está aí. Não vou ficar fazendo manifesto a favor da poeira. Não vou nadar contra a maré e nem quero desafinar demais o coro dos contentes! Não é isso o que eu queria dizer. Sou a favor da evolução tecnológica e das novas cores do universo, dos seus olhos e da beleza estética da Jéssica Biel. Mas é que hoje um garoto me perguntou se eu o conhecia. Do nada, assim, ele me perguntou três vezes até que eu o respondesse negativamente. E antes que eu o respondesse, ele já havia pedido um “pedacinho de pão”. Fingi que não foi comigo, na minha mais pura arrogância. Mas só haviam nós dois. Quem mais poderia ser? Disse que não. Que não tinha pão. Mas disse só para mim, no meu íntimo. Fui lá dentro e busquei três pães. Entreguei a ele e ele não agradeceu e nem olhou nos meus olhos.

Foi embora.

                                                               ***

E tudo nesse estranho mundo muda. Tudo muda, tudo envelhece, apodrece, morre, renasce e você acha que eu vou ficar nadando contra a maré e fazendo discurso de ranzinza? Não… também não preciso nadar tanto assim atrás dos séculos que hão de vir.

A gente envelhece, vê a história debaixo do nariz. Usufrui ou ignora. A Laranja Mecânica continua atual. O satélite Hubble continua atual, a tecnologia automobilística evolui mais rápida do que o homem e tudo, tudo muda, tudo evolui, tudo mesmo. Mesmo que para isso eu tenha citado tão poucos exemplos… Mas tudo é tão grande e só posso dizer que tudo muda…

                                                                                       
                                                                                  …mas a fome e a miséria continuam.

Era isso o que eu queria dizer.
Coma uma fruta de cada vez, mas saboreie todas!
Hoje, milhares de estrelas me escreveram desejando brilhos fartos!
Sou grato por existir e poder me alimentar de tanta luz, e fazer diferença no escurinho de quem precisa!

Nazismo Religioso

Parem com essas correntes em nome de entidades espirituais, vocês não imaginam o mal que estão propagando para outros e a si mesmos fazendo ameaças de má sorte àqueles que não compartilham das suas ideias, deixando de reenviar seus recados cheios de pecados, heresias e profanações.

Sejam mais sensatos e menos ignorantes e contribuam com a paz, a caridade e a fé sem que para isso seja preciso dizer ao próximo que ele vai quebrar a perna se não repassar essas mensagens para mais quinze pessoas.

E para praticar o amor ao próximo não é necessário freqüentar a sua casa religiosa. 

Que o reenvio de cada mensagem seja a escolha de cada um e que aqueles que as produzem saibam respeitar o livre arbítrio.

ANTES QUE EU ME DEDIQUE

...vamos nos pegar antes que alguém nos ame!!!

Regras de etiqueta do dia...

Ao se fazer um aperto de mãos com alguém, consolidando um novo negócio em que você desconfia de sua grande generosidade, junte as mãos após lavá-las e ore por você.

Não é preciso lavar as mãos quando um deficiente auditivo bate à sua porta pedindo uma contribuição simbólica para ajudar na compra de um prato de comida ou mesmo o aparelho auditivo. Aperte-lhe firme as mãos e o deseje boa sorte em sua luta! Ore por ele.
Falta pouco para os corações entenderem que o ritmo em que eles bailam às vezes se atropelam, assim é importante dar tempo ao tempo para o coração entender o tempo da música.


Na hora de dançar juntinhos, não pisem nos pés um do outro, hein!?
Vou desabar o teto para entrar o céu...

Seja bem-vindo, meu lar!
Quando me sinto triste, costumo baixar a cabeça... Mas não porque estou acuado, desiludido e sem perspectivas. Mas eu fico admirando os meus pés. Eles sustentam não só o peso físico do meu corpo, mas a dor de minha consciência.

Meus pés são os meus melhores amigos!
Vou dedicar todos os meus desencontros à minha vida feita só deles.

Existe muito mais desilusão nos corações do que o amor, porque as pessoas sempre esperam dos seus amores muito mais do que eles são capazes de dar

Anjos estranhos ficam maniqueando piadinhas de mau gosto para zombar dos corações.

eu sambo leve
o amor me segue
em doses de carnaval

de vez em quando
tem chuva e prece
( ou pranto )
escritos no manual

eu danço torto
o amor me ensina
dançar de lado e por cima

eu tento sempre
o amor me entende
me trata igual obra-prima

ainda aprendo a dirigir um automóvel quando aprender a dirigir a vida
conforme a minha parca ciência
sobre a subjeção da existência
sempre me questionou a latrina:

nada começa se não termina
Saudações!

A bomba, ao ser lançada,
manda à merda tudo o que é
merda por ela revelada
Comer: ato de prazer ao saborear a vida!
(As mulheres possuem duas bocas para isso)
Seis e meia de uma terça ensolarada junto ao canto dos pássaros. Feriado vem chegando e minha função é criar, desenhar e pintar ilustrações maravilhosas para quatro livros que já estão no forno da minha prancheta, direto para as editoras. Meus deadlines estourados, esgotados, esfarrapados e destruídos gritam agonizados num inferno hilariante sob tudo o que deixou de ser lindo no início desta manhã de terça-feira ensolarada, festejada por animais que carregam a desconfiança nas asas. Tenho apenas o feriado para terminar tudo e sorrir aliviado.

Daqui há pouco pego um ônibus para a capital. Chegarei na rodoviária, enojarei tudo e pegarei outro ônibus de volta para o meu quintal, rapidinho. Sou caseiro feito tatu. Lembro de um passado não muito distante, há cada segundo, para me sentir bem. Todo aquele brilho ainda está lá. O perfume, a vida, o sorriso.

Nada mais faz sentido, mas se eu soltar esse leme, meu barco vira com toda a carga e eu não tô afim de prejudicar mais ninguém.

Malditos deadlines protocolados na calçada da fama!
Felicidade é uma só. Valorize-a, reconheça-a, aproveite-a ao máximo!
Ou você a tem ou alguém a tira de você.

As Cidades que Exportam seus Filhos

Era o ano de 2003 quando aqui cheguei.
Era é o sobrenome de minha cidade Natal, tão vizinha quanto quase um dia me esqueci, Nova Era.
Hoje, não resido mais. Me resíduo!
Aqui em Itabira o raro são os cosmopolitas. E apesar de ter sido mais nômade do que cosmopolita, eu me considerava um, até beber dessa “fonte fecunda e infinita” de divagações.

Pronto, me instalei.

O minério itabirano é condutor ferromagnético que ao invés de poluir o ar, como muitos imaginam, imanta o cidadão. Imagine isso… Imagine!

Pronto, me instalei.

Assim, não tem como mudar mais. É complicado. Tchau Nova Era! Tchau Belo Horizonte! Tchau Rio! Tchau Sampa! Tchau Curitiba, Paraná, França! Olá Pico do Cauê que não posso saltar de pára-quedas de suas alturas que me ferro!

Me ferro! – Conhecem aquela expressão: Levar ferro!? De Itabira para o mundo...

Não, não me ferrei. Instalei-me. Instalei como ferradura no cavalo; como marca-passo; como mais uma vértebra, elo, tatuagem, pó de ferro no universo. Uma partícula de poeira fundamental para o sucesso expansivo do Big Bang Bang!

BUUUUMMMMMM!!!

Fundamental!

Sempre disse que minha cidade Itabira é uma grande repartição pública das Minas Gerais, como foi a Ouro Preto no império. A cidade das mulheres de botinas e canelas grossas. Do medo da expansão e de quem vem de fora. Companheira da síndrome de baixar as orelhas.

Whi!?

Oras, até então eu era um alienígena. Hoje, sou um mutante híbrido com as intenções provincianas Itabiranas. Nada mais é tão cosmopolita como ser artista de interior mineiro com a Roma Religiosa encravada nas paredes através de olhos barrocos renascentistas par exportación pró pães de queijo.

Ouí!?

***

Neste momento estou sentado frente meu computador escutando o som que vem de baixo, da rua, de um carro com alto-falantes escandalosos que clama por um amor vadio, luxurioso, através das vozes de uma dupla irritante qualquer (daquelas ruinzinhas). Poderia eu escutar minhas Bodas de Fígaro, meus funiculis funiculás e escrever uma crônica diária ao mesmo tempo. Mas me sinto hoje um violinista no telhado. Aquele mesmo que por dias tentou encantar a cidade com sua arte e quando finalmente a conseguiu, se viu preso àquelas pobres donzelas que sempre clamaram por algo tão simples, tão doce, tão suave, vindo de um Don Juan que desgraçadamente uma pedra eqüilátera lhe acerta a cabeça, pela retaguarda, a fim de lhe dizer: Bedel! O que fazes aqui? Sois filho do mundo e ao mundo voltar-te-ei!
Olhai minha cidade, companheiro? – respondo-lhe com os olhos mirando no horizonte, acima de sua cabeça, mais além que um pico morto desalmado chorando de febre.
Ele se vira e admira. Não há pôr do sol. Não há azul e as nuvens brancas têm tonalidades acinzentadas por causa de sua pintura férrica. Não há discos voadores no céu, nem alienígenas na Terra. Não há o que todos esperavam que Drummond dissesse quando abriu a janela de seu quarto, viu a mata virgem sendo deflorada por um grande robô ensandecido e disse que nada mais era do que a fotografia em sua parede!

Ele olhou.

Olhou o ladino o horizonte que lhe mostrei. Mas se esqueceu de subir ao telhado e errou a direção.
Assim, lhe arrematei: Itabira - como o resto do mundo - é linda, meu camarada! Sou paladino dessas paradas. Se me instalei aqui como cosmopolita e aqui fico como provinciano é porque seu magnetismo de alguma forma me atraiu e existe algo aqui em suas minas além de ouro, seu tolo!
Veja além das fotografias, das janelas, mesmo que para todos os lados que olhe exista uma grande muralha de degraus que suas pernas não consigam alcançar para subir… Se não cresceres, não conseguirás tamanha proeza! Veja além! E perceba que Itabira não exporta só o ferro que tanto quer contribuir para carregar no lombo que aceitam omissos seus cidadãos. Há mais máquinas fazendo isso por você do que possa imaginar! Suba aqui no telhado, comigo, pegue esse alaúde e me acompanhe no violino que nossa música há de melhorar as razões para se viver em Itabira!
Crie, companheiro, crie!
Não se engane, crie!

***
Só espero que a minha Nova Era faça o mesmo para não se tornar essa par exportación pró pães de queijo.

Laz Muniz, de Itabira do Matto Dentro – janeiro 2004
Pra mim, todos os dias são feriados!

Eu trabalho de domingo à domingo, de 00 às 00h sem parar. Eu não paro um segundo sequer. Não sou nem um pouco viciado em trabalho. Mas esse é o meu ofício: usufruir de cada momento para obter bons resultados nas minhas criações e nas minhas reais divagações.

Estar sempre em atividade. Não tem hora para pintar, para escrever, para pensar. Podem pensar que, para um artista, ficar ocioso é sinal de tempo de sobra. É o ledo engano dos exatos! E os exatos não sabem do que se trata um ofício como filosofia de vida, só como ofício.

Por isso, para mim, todos os dias são feriados e por isso "todo artista é vagabundo", afinal se eu não curtir o meu próprio ofício como sendo algo do qual tenho prazer em manter em constante atividade, vou ter que brigar comigo mesmo na Justiça do Ministério do Trabalho.
A primeira do dia...

São 2:18 e eu preciso acordar às 7h. Meus cães não param quietos tentando um cruzamento de insucessos. Sozinho, ouço animais que não gemem de prazer me perturbarem o sono. Antes fosse uma vizinha das crônicas de João Ubaldo ou Nelson Rodrigues, exalando perfume pelas paredes, mas as minhas vizinhas estão mais para caricaturas mal concebidas de mal amor, mal humor, saúde e violência doméstica.

Há algo errado no ar, preciso parar de respirar esse minério...

Queria por perto o meu tudo de bom, mas sentimentos assim só acontecem uma vez, como eclipses centenários. É inacreditável!

To com um pressentimento ruim...

Quando algo nos comove negativamente, a emoção fica mais aflorada e mais sincera. A gente se expõe com mais afinco. Nos sentimos livres e bravos, pois bradamos para que o mundo nos ouça.
Quando a emoção é positiva, a gente se esconde. É como vontade de chorar no cinema. Você enxuga os olhos antes que ascendam as luzes.
tento cada vez
mais ser mim
sei que a cada mês
eu nunca sou assim

mudo remudo transmuto
mesmo quando não dá
quando em vida ou em luto
até mesmo se tardar

se pensar logo existir
por um fio ou por um triz
poderei sempre assumir
o pseudônimo Laz Muniz

A BREVE LIÇÃO DE ABSOLUTISMO IGNORANTE

Escreva em um caderninho tudo sobre o que lhe interessa. Sobre etiquetas de toalhas de mesa e banho à ração para pintassilgo e unha encravada de chinchila com dor de barriga;

Seja gentil com os soldados das formigas e outros insetos (principalmente as abelhas) para que deixem você cruzar seu caminho, sempre;

Condene uma bruxa velha, estática há quatro dias na parede do banheiro. Ela deve estar tramando algo;

Nunca anote nada sobre tartarugas que ganham corridas de lebres brancas, mas sobre tartarugas trapaceiras. É, seja politicamente correto de vez em quando, como as etiquetas de toalhas de mesa e banho;

Por mais nojento que pareçam ser e por mais doenças que possam transmitir, não seja politicamente correto com os caramujos. Afinal, são excelentes bichinhos domésticos, para seu jardim, aquário ou cozinha (quando são escargot); 

Nunca se esqueça de escrever sobre cartazes, faixas e placas, principalmente aqueles cheios de erros gramaticais, pois são deles que retiramos a maioria das metáforas para se escrever poesias e criar neologismos. Um exemplo maravilhoso, na porta de uma casa menos abastada (ou como gostam: humilde): “Vendo-se barato”. Parece engraçado e podem até dizer - os politicamente corretos - que está errado, mas é lírico se não fosse tão prostituído assim; Quanto ao humilde, em épocas de chuva, nessa casa não tem humildade, tem umidade.

Use seu caderninho para escrever sobre cocô de cavalo, pois o cheiro é inconfundível, você não esquece nunca, desde o dia que sentiu pela primeira vez. Também sobre as paredes descascadas das salas de espera de alguma repartição pública. É incrível o quanto se admira tanta precariedade quando se está em locais como estes, onde não há mais nada para se olhar. Em consultórios médicos, odontológicos, etc., etc., ao menos, há revistas para se distrair com a beleza alheia e sonhar com o quanto você poderia ser um pouquinho mais parecido com aquela personalidade fotografada para um especial de moda; 

Escreva sobre a bomba atômica para nunca se esquecer dela. Para não esquecer, também, que foi a bomba atômica que deu origem ao pincel atômico. E já que reparou nas características físicas das personalidades nas revistas semanais dos consultórios, aproveite para escrever sobre as características físicas de corpos que se entrelaçam. Pessoas de cores diferentes são mais bonitas, quando juntas. Queira misturar um azul com uma amarela. Sairá um marcianinho verde. Há! Há! Há! Sei que minha piadinha foi péssima, mas escreva piadas sem graça, porque alguém muito sem graça vai se tornar mais simpático quando ler sua piadinha e descobrir que ele não está sozinho no mundo. É isso, seja irônico com você mesmo e escreva que você não escova os dentes quatro vezes ao dia para lhe lembrar, sempre, que ser politicamente correto é politicamente incorreto;

Admire os neologistas. Não seja tão lógico com a lógica para que você se lembre, sempre, que seu caderninho de apontamentos nunca coube em bolso algum de suas roupas.

Contudo, escreva tudo sobre o fútil, o significante, o útil, o inútil. Pratique peripatética enquanto faz seus registros de apontamentos e aconselhe a si mesmo, em cada página, a assimilação de tudo o que viu, leu e ouviu, provou, gostou e não gostou, vestiu, sentiu, tudo o que amou e tudo o que odiou, lamentou e chorou, tudo o que sorriu, gritou e bocejou, tudo o que tolerou, suportou, escandalizou, tudo o que teve, tem e terá. Tudo o que prometeu, cumpriu e ainda vai cumprir. Tudo o que pediu a Deus, tudo o que agradeceu a Deus, tudo o que pensa duas vezes antes de pedir e todo erro reconhecido e suprimido. Portanto, aceite suas próprias verdades e até mesmo aquelas mentiras que soltamos, de vez em quando. Tudo, não esqueça de nada. Pois, finalmente, seu caderninho de apontamentos tem o dever de lembrar-lhe que a maior de todas as ciências é o reconhecimento de sua própria miúda existência. 

Laz Muniz - agosto 2004
Não basta ser bonzinho, sincero, amável, carinhoso; Cuidar, ver a família, levar flores, investir no futuro, poetar, ser maduro, ter ambições, ter um bom beijo, uma boa pegada, o melhor sexo e as melhores aptidões... O futuro é aqui e agora!

Se você não tiver um carro, pode parar por aí, não vai levá-la a lugar algum.
A sinceridade me azucrina. Ser sincero ou não já me causou danos e também já me causaram danos por terem sido ou não sinceros comigo.

Cortei a sinceridade da minha vida! Agora vivo dizendo o que penso, sem pudores.

Acho que tô perdendo a personalidade...
...e Deus deu-nos as mulheres para tornarmo-nos artistas.

Amar por condicionamento afetivo é como gostar, simplesmente.
Quando um relacionamento acaba, os gostos mudam ou se esvaem... porque o amor de verdade é desumano, ele machuca. Justamente por estar além da compreensão humana.

“Faça amor, não faça guerra”, mas faça sexo, também!

Falar de amor é como sentir, por alguns instantes, a instantânea emoção de um milionésimo de segundo do primeiro momento em que se ganha um bombom, uma carta ou um tapa.

Amei, fui amado, amo e continuo assim, nesse ciclo vicioso dos mais belos, naturais e saudáveis da escala evolutiva do ser humano.

Amar uma pessoa não significa dedicar-se profundamente a esta como um totem no deserto representando todo seu poder. Isso é adoração. E não falo de amor de homem para com mulher ou de mulher para com homem. Isso não existe. Existe amor ao próximo, independente dos sexos.

Já o sexo ou o ato sexual é carnal e o amor, talvez, não deva se envolver nessas questões.
Seria outro departamento?

O amor é tão mais espirituoso, genioso, do que o ato pelo qual dois seres sentem carinho um pelo outro durante um momento de ternura carnal.

Somos capazes, como seres mundanos, de relacionar sexo ao masoquismo, ao fetichismo, à luxúria, às festas, badalações, cama, mesa, banho, fogão, tanquinho, mato, ilha deserta, carros, aviões, piscinas, duas ou mais pessoas, com animais, com ou sem camisinhas, com instrumentos, acessórios, gel, perfumes, anticoncepção, dinheiro, sustento, gozo, revistas, filmes, descrições catalogadas pela história, dor, motel, hotel, prazer, unha, carne, suor, grito, gemido, doenças, morte, procriação, cuspe, saliva, cabelo, mordaça, perversão, bobagens, palavras escrotas, carinho, tesão, excitação, ternura, tontura, depilação, foto, lingerie, sabão, cinto, algema, afeição, zelo, segurança, mistério, generosidade, amizade, fantasia, companheirismo, pecado, traição, ciúme, música, dança, movimento, bebida, comida… A lista não termina.

É complicado associar algo tão adjeto a algo tão monstruoso em sua grandeza, o amor. Este não precisa de nada. Nada além do que a sua confiança na grandeza infinita de uma força tão intensa que possa sustentar a sua paz. E essa paz é tão profunda que não há prazer no mundo que a substitua. O amor não tem sexo. Já o sexo tem sexo. O amor não tem idade, o sexo tem. O amor não tem explicação, o sexo tem. O amor não tem fronteiras, o sexo tem. O amor não tem pecados, o sexo tem. Para o amor não se usa acessórios, remédios ou discrições. O amor não tem desamor, o sexo tem. Para o amor não existe manual e nem está na medicina, porque a ciência é cética!

Então, porque dizer que faço sexo com amor? Ou que faço amor quando estou fazendo sexo? Nossa! Será que preciso dele para fazer o amor? Não vou levar esse amor para cama comigo desta forma. Nem do amor é preciso para se fazer sexo. Sexo é sexo e amor é amor. Faz-se sexo e faz-se amor.

Sexo não é amor, mas sexo, também, não é só relação carnal. Sexo é descoberta. Sexo é para se fazer, amor é para se ter.

Sexo, por ser a falta da vaidade já deixaria de ser pecado, mas insistem em torturá-lo e transformá-lo em objeto adjeto. É troca de conhecimento, de olhar. É proximidade… é amizade!

Mas, falar… Falar de amor é como sentir, por alguns instantes, a instantânea emoção de um milionésimo de segundo do primeiro momento em que se ganha um bombom, uma carta ou um tapa. Um bombom é sempre doce. Uma carta só nos traz surpresas. Já um tapa… Ah, talvez as controvérsias que causamos quando expomos assim nossas opiniões pessoais, particulares, sem pudores, sem pecados, sem análises clínicas freudianas.

***

Quando o movimento hippie, nos anos 70, usou como slogan a frase “Faça amor, não faça guerra!” eles não disseram: Faça sexo, não faça guerra!

E eu digo: Faça humor, não faça guerra! Mas faça sexo, também! Ah, e previna-se. Afinal, o sexo necessita de acessórios, remédios, zelo, lingerie, toque, cheiro…

Laz Muniz - out. 2008
Na páscoa, corações solitários se empanturram de chocolate em busca da felicidade
Quando se corta um pé de mamão, se corta um pé ou se corta uma mão?
Vá ao cinema e leve o silêncio!
O primeiro beijo diz tudo... a língua é a chave para abrir portas. Se um beijo não encaixa, essa chave não roda. Não adianta nem tentar levar a língua a outras fechaduras dessa mesma porta que não vai entrar.
Ao lado de quem se ama, qualquer céu estrelado é melhor do que qualquer hotel cinco estrelas.
ponto de vista é a menina dos olhos
Tão bom falar a língua do coração para um quintilhão de estrelas ao mesmo tempo.
Dizer a coisa errada, na hora errada, para a pessoa errada, da forma errada...
Como dói ser humano.
E criam-se grupos e comunidades de apologias ao ódio pelas redes sociais, coisas aparentemente simples como "eu odeio balas toffer" mas que, incoscientemente, desenvolve-se uma grande antítese do amor, muito maior do que se espera, e tal virtude vai ficando de lado em troca de vários pequenos  sentimentos de ódio à revelia, de portas abertas, muito mais do que se abrem portas para a entrada do amor.
Se todos pudessem transmitir a quem quisesse seus próprios sentimentos, a humanidade se extinguiria de desgosto muito mais rapidamente do que previu os profetas do apocalipse
Eu reconheço minha felicidade e aquele seu olhar, dentro daquele capacete, pilotando aquela moto. Mas está sempre de passagem...
Corações partidos se encontram no parque para colher sementes. Agora, vão depender da estação propícia para assistir a germinação, após plantá-las. Mudas de afeto, carinho, paixão, ternura e amor proliferam e dão lar aos pássaros que chegam para aumentar a espécie.
Preciso perder a velha esperança para recriar o amor, esse louco no andor
Livros na estante são pratos servidos na vertical.
A saudade é assim: ela chega trazendo o amor, planta a esperança e vai embora.
Nos deixa o amor e nos tira a paz.
testículos são palavras breves
Morte, vá lá em cima e pergunta para Deus se você pode atrasar meu sofrimento.
Mesmo terminando em um tango argentino, vai dar samba!

a Manuel Bandeira
É verdade, vos digo:
sou mineiro de natureza
sem juízo
Perdas e danos se fazem entrar pelos canos...
com a chuva, a inundação de corações urbanos!
To numa fase hilária! bom aproveitar antes que parem de rir!
Lute, mas nunca largue o copo.
Rir pra não chorar é como o tal do "mal necessário", não é?
Ou seja, não faz o mínimo sentido!
Mas o bom mesmo é chorar de tanto rir!!!